Roraima tem uma história recente, mas nem por isso menos conturbada que a de muitos outros estados. Localizada no extremo norte do país, a região despertou pouco interesse por parte da Coroa Portuguesa até pouco mais de um século após o descobrimento do Brasil, no início do século XVII, quando se inicia a narração de sua história.
Palco de revoltas, massacres, crescimento, exploração e progresso, foi invadida por diversas vezes por diferentes países interessados na região, foi bastante cobiçada pelos ingleses, holandeses e, especialmente, espanhóis. Foram várias as invasões estrangeiras, todas elas neutralizadas pelas forças lusitanas no Forte São Joaquim.
Roraima foi município, território federal e hoje é estado. Na verdade, a história de Roraima começou no século XVI, quando holandeses, espanhóis e ingleses se aventuraram por esta região em busca do lendário reino do Eldorado, que até hoje esconde o mistério da cidade perdida de Manoa, com suas riquezas naturais. Na busca de afirmar supremacia territorial na região banhada de ouro, os portugueses só chegaram em 1639 com Pedro Teixeira, que navegando pelo Rio Negro, chegou à foz do rio conhecido pelos nativos como Queçoene, que o navegador nomeou Rio Branco, ao perceber o contraste das águas. A ocupação portuguesa aconteceu efetivamente a partir de 1775 com a construção do Forte São Joaquim, para combater a invasão dos holandeses, espanhóis e ingleses.
Foi então que surgiram as fazendas nacionais, que eram bases de apoio dos soldados e representantes da Coroa Portuguesa. A primeira fundação foi da Fazenda São Bento, em 1787 pelo Coronel Lobo D'Almada, que também introduziu a criação de gado às margens do rio Uraricoera. Em 1794 foi construída pelo tenente José Antônio Évora a fazenda São José, na margem esquerda do Rio Itacutu, e em 1799 o capitão Nicolau de Sá Sarmento comandou a construção da Fazenda São Marcos, às margens do rio Itacutu.
Em 1830 o capitão Inácio Lopes Magalhães inaugurou a primeira fazenda particular, chamada fazenda Boa Vista do Rio Branco. Mais tarde a fazenda aumentou, tornou-se Freguesia Nossa Senhora do Carmo (1865), Vila de Boa Vista e município de Boa Vista do Rio Branco em 1890.
Com a criação dos territórios nacionais, o Alto Rio Branco torna-se Território Federal do Rio Branco em 1943. E por meio da Lei nº 4.182 de 1962, o território passou a chamar Território Federal de Roraima. Em 5 de outubro de 1988, com a promulgação da nova Constituição, Roraima ganha a condição de Estado, tendo Boa Vista como capital.
Os reflexos da história de Roraima estão caracterizados na cultura local, marcada pela diversidade étnica, onde encontramos populações indígenas e uma forte miscigenação iniciada pelos colonizadores e aprimorada a cada dia por pessoas originárias de todas as regiões do país, que chegam ao estado em busca do seu Eldorado.